segunda-feira, 10 de maio de 2010

Doeu fazer 40


Vou começar dizendo uma coisa que é desagradável, mas também real, estou completando, numa boa expectativa, a metade do tempo que me é possível aqui neste mundo. Gostaria de dizer que vejo essa verdade de uma forma muito tranqüila, mas seria uma meia mentira, pois não gosto da idéia de deixar de viver. Do outro lado consigo visualizar minhas experiências e vivências, e, isso sim, me traz grande satisfação. Não vou começar a viver hoje, as experiências que tive até aqui foram imensamente gloriosas a ponto de eu poder dizer que já vivi bem minha vida. A morte, no fato e não na essência, não me incomoda pelo contrario enxergo nela só um acontecimento que todos cedo ou tarde temos que enfrentar. Como disse o que me incomoda é deixar de ter esta maravilhosa experiência de viver, provar o novo, se redescobrir a cada instante, isso é apaixonante. Certamente aqui é um pedaço do paraíso, quero continuar vivendo intensamente. Com a idade o medo de se arriscar nas coisas bobas (como atravessar a rua fora da faixa) diminui ou desaparece não me arrisco a perder a preciosa vida por uma bobagem. Mas, tomo riscos maiores, riscos de essência e compatibilidade com os demais, sinto que sou mais dona de mim, não busco aceitação por aceitação, continuo querendo que me aceitem, mas, agora é diferente, tem ônus ir contra meus ideais. Não mais me contrario, quero continuar aprendendo, jogando o velho fora e abrindo espaço para o novo, porque se vou ter apenas esta vida então quero aproveitá-la em sua totalidade, nada de lacuna vazias, de desejos não concebidos, de “ses” e sonhos de aventuras jamais vividas... Hoje só existe no agora!