segunda-feira, 26 de julho de 2010


Faz um mês que minha amada avó foi... não sei se foi ela que foi ou se fomos nós. Morrer significa partir ou deixar de ir? Quando alguém morre costumamos nos consolar dizendo que a vida é assim, chegará a hora de todos, estará sempre viva em nossos pensamentos, descansou... A morte assusta mais os vivos que os mortos, saber da sua eminência faz querer certificar se a vida tem sido o suficientemente bem "gastada" ou "aproveitada" por nós. Mas que medida é essa? Como medir se tivemos felicidade suficiente, aprendizados grandiosos, tocamos a vida de quantos, fizemos diferença para quem... Não importa, ela nunca será o suficientemente grande para estarmos prontos a sair de cena e provavelmente (se tudo der certo) também não será o suficientemente pequena para nos manter na vitalidade juvenil e corpórea. O jeito é se adaptar... viver um dia de cada vez, pensar no futuro vivo, ter esperança que estaremos satisfeitos no final da nossa etapa.
Minha vózinha lutou muito para ficar neste mundo terreno, o corpo já não mais lhe obedecia pelo menos pelos dois últimos anos, duro para todos vê-la naquela situação, mas ela esteve lá, firme em algum propósito ireconhecível para mim. Senti alívio por ela e dor por mim, que grande contradição é viver. Não querer morrer também é viver? A imortalidade só teria sentido se fosse para todos, mas com ela o conhecimento seria finito e o que viria depois?

Amor presente a minha avó Mabel e minha mãe Conceição que estão em meus pensamentos todos os dias e que de certa forma regulam ainda muitas das minhas ações.