quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Sou...



a mais velha de uma penca de irmãs, nasci no Rio Grande do Sul, numa família de poucas posses onde tudo sempre foi muito batalhado, meus pais mesmo com dificuldade sempre proveram as necessidades do lar, sim tive um lar maravilhoso, minha mãe uma mulher sonhadora, artista e falante características que acho que também possuo. Já meu pai um homem truculento, como a maioria que passou muitas necessidades físicas e emocionais, mas de essência boa e simples, talvez dele tenha herdado muito mais características, porém, mais difíceis de assumi-las. Tive infância longa, brinquei de boneca até os 15 anos. Namorar quase com 20, como podem ver não fui precoce, o tal do Ensino Médio fiz numa escola agrícola um curso que tenho graça ao falar, Economia Doméstica, na época era intitulado de “caça-maridos”, nesta época eu dizia que não pensava em me casar, sonhava em ter um apartamento e morar com minha irmã e uma amiga. A faculdade foi um período liberta tório, já trabalhava e estudava a noite, me sentia livre dos meus pais, o que era uma falsa verdade, já que morava com eles. Fiz História, o curso foi um sonho de consumo, a profissão mais parece um tormento. Evitei depois de formada por quase um ano entrar na sala de aula, mas a necessidade e a oportunidade me jogaram nela, o que me trouxe aprendizados maravilhosos.
Neste período conheci um homem especial que é meu companheiro até hoje. Casamos e vivemos uma vida meio que cigana, mudando de tempos em tempos em função do trabalho dele. Foram, até agora, oito cidades em diferentes estados do Brasil e uma mudança internacional, dentro do continente. Aproveitamos todas elas para rodar turisticamente seu entorno, na maior parte das vezes de carro, sempre buscando um mix entre lindas paisagens e aprendizados culturais, me sinto orgulhosa dos muitos quilômetros rodados de carro. Adiamos o quanto acreditamos ser possível ter filhos, hoje eles estão por aí, parei de trabalhar fora, (agora trabalho bem mais só que em casa), para dar e ter qualidade de vida com meus filhos. Este processo foi doloroso no começo, pois socialmente nós mulheres somos empurradas a ter culpa de deixarmos de ser produtivas profissionalmente, então, hoje costumo dizer que estou em período sabático, tenho aproveitado para curtir as crianças, me dar pequenos prazeres como pintar e fazer artesanato, escrever e estar com amigos, tenho aprendido muito mais sobre mim mesmo. Com tantas mudanças, muitas pessoas lindas acrescentaram na minha vida, algumas mantenho contato até hoje outras tantas apenas restou à saudade histórica dos momentos vivenciados. Como viajante sempre soube da partida, sofri e sofro a cada uma delas, mas a oportunidade de recomeço sempre me soa como uma dádiva. Continuar a aprender e quem sabe dar um pouquinho do que sei e do que sou a outros. Quem eu sou? Tire suas conclusões...

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